quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Viver e morrer na eternidade...



“Aceitando a oferta de Samael em ter a eternidade para viver toda a loucura e erotismo ao lado do vampiro, Victória fez apenas uma ressalva:

_ Vampiro, eu serei tua companheira pelo tempo afora sim, mas tenho dois desejos a serem satisfeitos antes de me entregar imortalmente a ti.
_ Não costumo abrir concessões, mas como estou muito interessado em tê-la por sua própria vontade, vou permitir que sacie seus desejos antes de se juntar a mim.
Com os olhos radiantes, Victória não conseguia esconder a alegria que sentia, e por fim revelou seus desejos:
_ Eu quero observar a mais um nascer do sol e quero novamente gozar com uma fêmea mortal, quero me faça outra vez mulher, cadela, vadia como me fez hoje. Não quero me imortalizar sem antes viver mais uma vez a plenitude de ser tua mortal, tua escolha.
Samael s
orri, no fundo já sabia que os momentos foram intensos para ambos, e, ele próprio desejava também ter novamente os momentos de intensidade vividos. Com um breve piscar de olho, ele acena que sim para Victória e completa:
_ Vá mulher, assista teu último raiar do sol, despeça-se da sua vida comum pois na noite de amanhã iniciaremos um longo romance regado a sangue, muito sangue.

A mulher deixa então os aposentos do vampiro, memorizando cada detalhe daquele local que passará a ser também sua morada a partir da noite seguinte. Procura por um bom local onde possa contemplar tua última visão do nascer do sol, coisa que até então ela nunca tinha dado muita im
portância, sempre preferira a noite até então.
Senta-se em uma pedra, num parque qualquer que lhe oferece uma visão privilegiada do amanhecer. Em seu íntimo ela fica com a lembrança da noite vivida, do gosto do beijo de Samael, coloca a mão sobre os seios, que estão levemente doloridos pelas mordidas do vampiro, desliza o pulso pela boca procurando sentir o gosto da boca do homem. O sol desponta com todo seu esplendor, e Victória está absorta em pensamentos de volúpia, em seus desejos futuros. Sem se importar da maneira como achava que iria ela se põe a caminhar rumo a sua casa.

Chegando em seu cantinho tantas coisas para olhar, tantos momentos para relembrar mas ela só pensa na noite que deixará de ser o que é, para se tornar companheira do ser que a tomou em laços de
paixão sobrenatural. O dia passa, mas ele também já não tem importância para ela, afinal quem sabe quantos dias mais ela terá pela eternidade que o vampiro a prometeu, agora só importa se preparar para sua última noite de sexo, sua última performance da vadia que gostaria de ter sido. Os ponteiros se arrastam nos últimos momentos, enquanto ela se prepara novamente para saciar os desejos da carne, e ser finalmente imortalizada. Um demorado banho, sentindo cada cheiro do sabonete, do xampu, do creme, coisas que não tinham importância anteriormente, mas Victória quer estar impecável para Samael. Se certifica que o perfume está na medida correta, escolhe sua lingerie vermelha, em homenagem ao sangue que entregará para o vampiro durante seu momento de paixão.
Veste um v
estido vermelho provocante e sai a caminho de seus novos aposentos. Um último olhar para sua casa, a deixa com a certeza de que tudo que está fazendo vai valer a pena. Victória vai em busca a seu amor infinito.
Samael a espera vestido também em seu melhor figurino, quer fazer da noite da mulher a melhor de toda sua existência mortal. Uma taça de vinho em sua mão para ofertar a tua presa, a tua futura companheira. O ambiente está em penumbra, apenas três castiçais com poucas velas iluminam o ambiente, ao fundo se ouve uma música suave, o aroma de pétalas de rosas espalhadas pelo chão preenche o aposento, tudo está impecável. Falta apenas sua rainha da noite ultrapassar pela porta.

Victória ch
ega deslumbrada pelos preparos do vampiro, se sente uma mulher desejada e promete corresponder aos anseios de seu companheiro. Olhando lascivamente para Samael, toma-lhe a taça da mão e provocantemente passa sua língua pela borda do copo, sorve uma boa quantidade do líquido e propositalmente deixa que um fino filete deste lhe escorra pelo canto da boca, quer dar ao vampiro uma prévia de como ficará bela sugando desavisados num futuro próximo. Antes mesmo que Samael a elogie despe-se do vestido, não quer ter tempo a perder, quer provar do corpo do amante. O vampiro a corresponde arrancando sua lingerie e a tomando firmemente em seus braços, um primeiro beijo mordido é dado em sua boca, fazendo com agora sim sangue escorra por entre os lábios de ambos.
A fêmea enlouquecida pela bruta recepção do vampiro se põe a também despi-lo, com a mesma ansiedade com que foi desnudada, e vai provocantemente mordendo o corpo branco do homem a sua fr
ente. Samael a toma pelo cabelo, como questionando tamanha ousadia da mulher, mas num sorriso malicioso se entrega aos lábios de Victória, a mulher então se esmera em provocá-lo quer o vampiro a sua frente mas o quer como homem antes de tudo.
Entendendo o recado dado, Samael toma então uma vela do castiçal e com o vestido caído ao chão imobiliza os braços da mulher, quer vê-la sentir a sensação quente de cera em seu corpo, quer que essa sinta o quanto seus pensamentos podem ser variados. Victória geme mordendo os lábios machucados, fazendo dessa maneira que mais sangue verta da ferida sobre aberta, sentindo cada vez mais as gotas aquecerem sua pele, deixando-a com uma tonalidade avermelhada. O vampiro então crava suas presas sobre a o local latenjante, provocando um grande ge
mido na mulher, e começa a tomar de seu sangue como ela mesmo já tomou do vinho dele, faz isso prendendo o olhar da fêmea ao seu, fazendo-a implorar silenciosamente por sentir suas mordidas.
Tomando-a em seu colo a leva ao aposento da eternidade de ambos, e, fechando a tampa do caixão a faz mulher, vadia e escrava até que o corpo de Victória quase não suporte mais os movimentos vigorosos que só um vampiro pode ter. Desejo de cadela satisfeito, é hora de imortalizar o romance de ambos, com uma mão a alisar o rosto da mulher e a outra a prender o corpo junto ao seu, Samael a morde o pescoço mortalmente, sugando quase ao final o sangue de sua companheira. Abre um corte no pulso e dá de seu próprio sangue na boca da mulher, fazendo com este preencha o corpo semimorto, despertando para o mundo dos imortais uma nova
criatura, uma nova vampira.
A mulher suga ávidamente cada gota oferecida pelo vampiro, depende deste sangue para tornar-se a companheira de eternidade de Samael, e tem pressa de começar a viver a intensidade que a imortalidade lhe oferecerá.

Um novo olhar substitui o olho de Victória, ela não é mais caça, pertence ao grupo dos caçadores agora e não vê a hora de atuar em sua primeira caçada.”

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